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POemas

Stalingrado: " hoje como no passado resiste"

 

 

  Stalingrado


Em Stalingrado, o ridículo e sanguinário “Reich dos Mil Anos” foi ferido de morte e os soldados soviéticos começaram a marcha para o oeste que só terminariam em Berlim onde, em 8 de março de 1945, impuseram a rendição final à Alemanha nazista.


Stalingrado tornou-se sinônimo mundial do heroísmo e da luta pela pátria e pelo socialismo que, no Brasil, Carlos Drummond de Andrade cantou neste poema.


A banda Bassoti, formada por operários da periferia de Roma (Itália), ligados à esquerda italiana, notória pelos shows que promove contra o imperialismo e em apoio aos povos do mundo, especialmente os palestinos, gravou a música que acompanha o poema de Drummond (José Carlos Ruy).



Stalingrado


Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!
O mundo não acabou, pois que entre as ruínas
outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora,
e o hálito selvagem da liberdade
dilata os seus peitos, Stalingrado,
seus peitos que estalam e caem,
enquanto outros, vingadores, se elevam.


A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.
Os telegramas de Moscou repetem Homero.
Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um mundo novo
que nós, na escuridão, ignorávamos.


Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas,
na tua fria vontade de resistir.

Saber que resistes.


Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistes.
Que quando abrimos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto) estará firme no alto da página.
Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena.
Saber que vigias, Stalingrado,
sobre nossas cabeças, nossas prevenções e nossos confusos pensamentos distantes
dá um enorme alento à alma desesperada
e ao coração que duvida.


Stalingrado, miserável monte de escombros, entretanto resplandecente!
As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.
Débeis em face do teu pavoroso poder,
mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos e rios não profanados,
as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas, entregues sem luta,
aprendem contigo o gesto de fogo.
Também elas podem esperar.


Stalingrado, quantas esperanças!
Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!
Que felicidade brota de tuas casas!
De umas apenas resta a escada cheia de corpos;
de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.
Não há mais livros para ler nem teatros funcionando nem trabalho nas fábricas,
todos morreram, estropiaram-se, os últimos defendem pedaços negros de parede,
mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol,
ó minha louca Stalingrado!


A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal, a criatura combate,
contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate,
e vence.


As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades, que por enquanto é apenas uma fumaça subindo do Volga.
Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.


Do livro Rosa do Povo (1945). In Carlos Drummond de Andrade. Poesia e Prosa. Rio de janeiro, Editora Nova Aguilar, 1983

POemas

Com o russo em Berlim

 

 

Esperei (tanta espera), mas agora,

nem cansaço nem dor. Estou tranquilo,

Um dia chegarei, ponta de lança,

com o russo em Berlim.


O tempo que esperei não foi em vão.

Na rua, no telhado. Espera em casa.

No curral; na oficina: um dia entrar

com o russo em Berlim.


Minha boca fechada se crispava.

Ai tempo de ódio e mãos descompassadas.

Como lutar, sem armas, penetrando

com o russo em Berlim?


Só palavras a dar, só pensamentos

ou nem isso: calados num café,

graves, lendo o jornal. Oh, tão melhor

com o russo em Berlim.


Pois também a palavra era proibida.

As bocas não diziam. Só os olhos

no retrato, no mapa. Só os olhos

com o russo em Berlim.


Eu esperei com esperança fria,

calei meu sentimento e ele ressurge

pisado de cavalos e de rádios

com o russo em Berlim.


Eu esperei na China e em todo canto,

em Paris, em Tobruc e nas Ardenas

para chegar, de um ponto em Stalingrado, 

com o russo em Berlim.


Cidades que perdi, horas queimando

na pele e na visão: meus homens mortos,

colheita devastada, que ressurge

com o russo em Berlim.


O campo, o campo, sobretudo o campo

espalhado no mundo: prisioneiros

entre cordas e moscas; desfazendo-se

com o russo em Berlim.


Nas camadas marítimas, os peixes

me devorando; e a carga se perdendo,

a carga mais preciosa: para entrar

com o russo em Berlim.


Essa batalha no ar, que me traspassa

(mas estou no cinema, e tão pequeno

e volto triste à casa; por que não

com o russo em Berlim?).


Muitos de mim saíram pelo mar.

Em mim o que é melhor está lutando.

Posso também chegar, recompensado,

com o russo em Berlim.


Mas que não pare aí. Não chega o termo.

Um vento varre o mundo, varre a vida.

Este vento que passa, irretratável,

com o russo em Berlim.


Olha a esperança à frente dos exércitos,

olha a certeza. Nunca assim tão forte.

Nós que tanto esperamos, nós a temos

com o russo em Berlim.


Uma cidade existe poderosa

a conquistar. E não cairá tão cedo.

Colar de chamas forma-se a enlaçá-la,

com o russo em Berlim.


Uma cidade atroz, ventre metálico

pernas de escravos, boca de negócio,

ajuntamento estúpido, já treme

com o russo em Berlim.


Esta cidade oculta em mil cidades,

trabalhadores do mundo, reuni-vos

para esmagá-la, vós que penetrais

com o russo em Berlim. 



 

Carlos Drummond de Andrade 1945

POemas

VENCEREMOS

 

A cidade a três nomes enfim liberada

Após meses de fogo, de sangue e de luta

Crescerão novas flores na terra arrasada

Quatro mãos amorosas dar-se-ão à labuta


As estátuas dos mestres serão reerguidas

Seus discursos de classe serão retomados

E animados darão testemunhos de vida

Convocando à batalha operários-soldados


Soarão balalaicas por toda a cidade

Humilhado será outra vez o inimigo

Condenado ao inferno por nímia maldade


Desfilando seus trapos, figueira sem figo

Opoente da vida e da felicidade

Destinado a ser lenha por justo castigo




Recife, 24/04/2023

Poema de Emerson Xavier da Silva

POemas

ALDEIAS UNIVERSAIS

 

Rosas dos povos, flores, roxo de pervinca

Esperançosas, velhas vítimas da fome

Ora ressurgem, ei-las, conquistam Maryinka

Para aliviar bem mais o verdadeiro homem


Não vejo os corpos mortos, corpos mutilados

Dos que teriam mais que a própria morte a dar

Todos, para existir, se fizeram soldados

E hoje lutam conscientes às portas de Ugledar


Seja vossa vitória uma chance à verdade

Sejam tempos infames enfim revelados

Derrotado pra sempre o dragão da maldade


Servo, escravo da terra sempre condenados

Em lutar, resistir, nossa felicidade

Nossa sede de paz, nossos corpos blindados!




Recife, 30/3/2023

Poema de Emerson Xavier da Silva

POemas

AVDEYEVKA

 

 

 

 

Longe da estepe russa, da tundra ou da taiga

entre coqueiros altos e sertões transidos

confeiçoo conceitos já esvanecidos

produzo uma quimera feita cabra-saiga


Desvio o pensamento à rima dissonante

e ao encavalgamento que tempere o tema

e torne suportável o tão velho dilema

qual desejar presença e sempre ser faltante


Não sendo a paz a ausência da chamada guerra

disparo versos raros na batalha estética

e junto-me ao combate, ora em Avdeyevka


Liberta, Centurião, a nova finisterra

e que sem farda eu possa ser-te solidário

sem ter de repetir teu gesto necessário.




Recife, 21/03/2023

Poema de Emerson Xavier da Silva


POemas

O NOME CERTO

 

 

 

A tempo descobri teu nome certo

De um tempo certo de fraternidade

Nomear-te era amar-te a peito aberto

Numa só pátria, toda a humanidade


Artyomovsk, de todos, camarada

Não sabia, então, do ódio importado

A luta era de classes e mais nada

Separaria irmãos do mesmo fado


Que Artyom ressuscite e que bandeiras

Rubras puras voltem a tremular

E que estas dores nos sejam derradeiras


Últimas penas da terra e do ar

Cresçam plantas na terra onde há trincheiras

E que um só maio ensine o que é amar.




Recife, 01/4/2023

Poema de Emerson Xavier da Silva


POemas

a Gary Webb

 

 

 

A câmera transmite, presa à sua farda

Toda a fragilidade de todo momento

A História é corpo de partículas do tempo

Ali escrita por seu corpo de vanguarda


Em que ora pensa o outro moço do outro lado?

Agora sabe a causa sua quão bastarda?

No avanço filma aquele que não se acovarda

De liberdade e pátria sempre bom soldado


Ouviu, soldado, os versos das dores do mundo?

Seu combate hoje esculpe o busto da história

De toda alma viva será sua vitória


Diante da tela plana um desejo profundo

Que o dragão da verdade destrua essa escória

Vuhledar nova etapa a caminho da glória!




Recife, 17/3/2023

Poema de Emerson Xavier da Silva

POemas

CARTA A BAKHMUT

 

 

A esperança dos povos à rima mais rica

Inda resta esperança, inda resta quem lute

Na bravura dos soldados, naquela de um nica

Hoje todas batalhas se chamam Bakhmut


Resistente quem vai, resistente quem fica

Eco de Stalingrado que inda repercute

Cada tiro uma nota da trova mais lírica

Antessala da paz para todos: Bakhmut!


Virão novas colheitas de sorgo e de trigo

Vossos campos regados por chuva bendita

Outra vez vossas línguas dirão: meu amigo!


Na vitória do verso, a língua mais bonita

Sou poeta imperfeito e tudo o que consigo

É dizer que Bakhmut em meu peito palpita



Bahia, entre Vitória da Conquista e Valença

O1/3/23

Poema de Emerson Xavier da Silva

POemas

COM O RUSSO OUTRA VEZ

 

As cidades batalhas que a História contempla

de muitas esqueci, recordo o nome dessa

que Eisenstein mostra viva, coragem que exempla

e se canta e se grita e se chora: Odessa!


Caiu Kharkiv e outras cairão, sem pressa

Ontem liberamos Berlim, hoje é Kiev

Mas antes Krasnodar, Chernikhiv e Odessa

que ao sonho voltará como em dias de greve


de salões, de poemas, de quadros, de festa

de votos de retorno aos braços da mãe terra

e que jamais se aparte a boa filha desta


o canto à voz, a cor ao quadro, ao teatro a peça

mais bela a tua primavera após a guerra

e todos rimarão teu nome verso Odessa! 



Poema de Emerson Xavier da Silva


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